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Blog para os alunos da turma de Design e visitantes.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Texto: Filosofia do Sucesso

"Filosofia do Sucesso"


Napoleon Hill

Se você pensa que é um derrotado,
você será derrotado.
Se não pensar, quero a qualquer custo,
Não conseguirá nada.
Mesmo que queira vencer, mas pensa que
não vai conseguir,
A vitória não sorrirá pra você.

Se você fizer as coisas pela metade
Você será um fracassado.
Nós descobrimos neste mundo
que o sucesso começa pela intenção da gente,
e tudo se determina pelo nosso espírito.

Se você pensa que é um malogrado
você se torna como tal.
Se você almeja atingir uma posição mais elevada
Deve, antes de obter a vitória
Dotar-se da convicção de que conseguirá infalivelmente.

A luta pela vida, nem sempre é vantajosa
aos fortes, nem aos espertos
Mais cedo ou mais tarde
Quem cativa a vitória é aquele que crê plenamente:
"Eu conseguirei"

quarta-feira, 7 de abril de 2010

AULA 1 - Quebra de Pré Conceitos

OBJETIVOS:

Reconhecimento da Criatividade como característica de todo ser humano.
Desmistificação da criatividade e inovação;
Desdobramento dos signos, significantes e significados
Abertura da biblioteca de arquivos mentais para desestruturação, exclusão e organização mental.

Quebra de Pré Conceitos

É comum ouvirmos as pessoas dizerem que não têm criatividade. Isso não é verdade. Apenas em algumas pessoas ela está mais aflorada do que em outras. Todos nós nascemos com criatividade, a diferença é o que fazemos com ela. Para entender melhor esse processo, precisamos voltar à infância, e estudar como o desenvolvimento da criatividade ocorre nas crianças. O processo se manifesta claramente nos desenhos infantis, primeiro registro con­creto da expressão pessoal. Os desenhos infantis con­têm uma originalidade e um frescor de concepção que é a própria essência da infância.Podemos ver um exemplo clássico no livro “O Pequeno Príncipe”

...I
Certa vez, quando tinha seis anos, vi num livro sobre a Floresta Virgem, "Histórias Vividas", uma imponente gravura. Representava ela uma jibóia que engolia uma fera. Eis a cópia do desenho.

Dizia o livro: "As jibóias engolem, sem mastigar, a presa inteira. Em seguida, não podem mover-se e dormem os seis meses da digestão."
Refleti muito então sobre as aventuras da selva, e fiz, com lápis de cor, o meu primeiro desenho. Meu desenho número 1 era assim:


Mostrei minha obra prima às pessoas grandes e perguntei se o meu desenho lhes fazia medo.
Respondera-me: "Por que é que um chapéu faria medo?" Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jibóia digerindo um elefante. Desenhei então o interior da jibóia, a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender. Elas têm sempre necessidade de explicações. Meu desenho número 2 era assim:

As pessoas grandes aconselharam-me deixar de lado os desenhos de jibóias abertas ou fechadas, e dedicar-me de preferência à geografia, à história, ao cálculo, à gramática. Foi assim que abandonei, aos seis anos, uma esplêndida carreira de pintor. Eu fora desencorajado pelo insucesso do meu desenho número 1 e do meu desenho número 2. As pessoas grandes não compreendem nada sozinhas, e é cansativo, para as crianças, estar toda hora explicando.
As crianças menores, principalmente, expressam suas idéias, pensamentos e emoções com uma espontaneidade invejada por muitos artistas. O desenho das crianças é feito de maneira mais inconsciente, sem a preocupação do que os observa­dores irão pensar. A criança desenha por puro prazer. Até certa idade, ela não é limitada pelas barreiras exteriores que nos são impostas, as cobranças da família ou da so­ciedade. O que vale é a pura expressão pessoal. Daí os desenhos serem mais criativos. O que torna a arte expres­siva é a manifestação do “eu”, e suas reações subjetivas ao meio. (O Desenvolvimento da Criatividade e da Percepção Visual
Fernanda de Morais Machado)

De acordo com os autores Lowenfeld e Brittain, no livro “O Desenvolvimento da Capacidade Criadora” o desenho infantil passa por algumas fases de desenvolvimento.
“(...) entre os doze e o quatorze anos, alguns jovens já têm o sentimento de serem adultos, mas seus desenhos são apreciados como algo infantil. Isso lhes causa um grande choque.” Assim, a criança se torna muito crítica em relação aos seus trabalhos, devido à pressão que ela sente para que ele se conforme aos padrões adultos de comportamento. Isso pode sufocar seus impulsos criadores. A ânsia e crescer gera certa vergonha na criança em relação aos seus desenhos. A cri­ança não quer ser vista como criança, e sim como adulto, merecedor de respeito perante a sociedade. Assim, a cri­ança sente-se envergonhada de seus desenhos ainda infantis, e acaba por reprimi-los, e reprime sua vontade de desenhar e de se expressar livremente.Está aí nosso primeiro bloqueio mental para a expressão criativa: os conceitos estabelecidos.O primeiro conceito estabelecido erroneamente é que a criatividade não é faculdade de todos e sim de pessoas seletas... As potencialidades e os processos criativos não se restringem, porém, à arte. Em nossa época, as artes são vistas como área privilegiada do fazer humano, onde ao indivíduo parece facultada uma liberdade de ação em amplitude emocional e intelectual inexistente nos outros campos de atividade humana. Não nos parece correta essa visão de criatividade. O criar sópode ser visto num sentido global, como um agir integrado em um viver humano. De fato,criar e viver se interligam. (Fayga Ostrower Rio de Janeiro, setembro de 1976.)
Partindo dessa premissa que todo ser humano é criativo podemos conceituar criatividade.

CRIATIVIDADE

“A descoberta consiste em olhar para a mesma coisa como todo mundo e pensar algo diferente.” Albert Szent Gyorgi

Numa perspectiva bastante abrangente, a criatividade pode ser definida como o processo mental de geração de novas idéias por indivíduos ou grupos. Uma nova idéia pode ser um novo produto, uma nova peça de arte, um novo método ou a solução de um problema. Esta definição tem uma implicação importante, pois, como processo, a criatividade pode ser estudada, compreendida e aperfeiçoada. Ela tira da criatividade aquela áurea de um evento mágico, místico e transcendental; um beijo de Deus na sua testa.Ser criativo é ter a habilidade de gerar idéias originais e úteis e solucionar os problemas do dia-a-dia. É olhar para as mesmas coisas como todo mundo, mas ver e pensar algo diferente.

O balão de ar quente foi inventado pelos irmãos Joseph e Etienne Montgolfier em 1783. A idéia teria ocorrido a Joseph ao ver a camisola de sua mulher levitar, depois que ela a colocara perto do forno para secar. Daí teria vindo a idéia de construir um grande invólucro em forma de pêra, de papel e seda, com uma abertura na base para ser inflado com a fumaça de palha queimada. Milhões de pessoas já tinham visto este fenômeno, mas somente os irmãos Montgolfier tiraram proveito prático desta observação. Eles viram muito mais do que uma camisola flutuando – isto é criatividade.

Portanto a criatividade é inerente a todo ser humano.

No livro Breakpoint and Beyond: Mastering the Future Today (1992), George Land e sua colega Beth Jarman concluíram que aprendemos a ser não-criativos. O declínio da criatividade não é devido à idade, mas aos bloqueios mentais criados ao longo de nossa vida. A família, a escola e as empresas têm tido sucesso em inibir o pensamento criativo. Esta é a má notícia. A boa notícia é que as pesquisas e a prática mostram que este processo pode ser revertido; podemos recuperar boa parte de nossas habilidades criativas. Melhor ainda, nós podemos impedir este processo de robotização. Ufa!

Para pessoas que exercitam a criatividade sempre existe outra maneira de se fazer as mesmas coisas. Essa pessoa não se dá por satisfeita enquanto não encontra uma maneira nova. Não se acomoda, não é monótona, nem rotineira. O bloqueio da nossa criatividade pode vir de vários fatores externos como internos. Bloqueios mentais são obstáculos que nos impedem de perceber corretamente o problema ou conceber uma solução. Pela ação destes bloqueios nós nos sentimos incapazes de pensar algo diferente, mesmo quando nossas respostas usuais não funcionam mais. Alguns bloqueios são criados por nós mesmos: temores, percepções, preconceitos, experiências, emoções, etc. Outros são criados pelo ambiente: tradição, valores, regras, falta de apoio, conformismo, entre outros. Os bloqueios mentais podem ser classificados em cinco categorias:

Bloqueios culturais:
Barreiras que impomos a nós mesmos, geradas por pressões da sociedade, cultura ou grupo a que pertencemos. Eles nos levam à rejeição do modo de pensar de pessoas ou grupos diferentes. Alguns destes bloqueios:
Nós não pensamos ou agimos deste jeito aqui.
Nosso jeito é o certo.
Respeitamos nossas tradições.
Não se mexe em time que está ganhando.

Bloqueios ambientais e organizacionais:
Resultantes das condições e do ambiente de trabalho (físico e cultural):
Distrações no ambiente de trabalho, reais ou imaginárias (interrupções, ruídos, telefone, e-mail).
Ambiente de trabalho opressivo, inseguro, desagradável.
Atitudes inibidoras à expressão de sentimentos, emoções, humor e fantasia.
Autoritarismo, estilos gerenciais inibidores.
Falta de apoio, cooperação e confiança.
Rotina estressante e inibidora.

Bloqueios intelectuais e de comunicação:
Inabilidade para formular e expressar com clareza problemas e idéias. Podem resultar de vários fatores:
Falta de informação e pouco conhecimento sobre o problema ou situação analisada.
Informação incorreta ou incompleta.
Fixação profissional ou funcional, isto é, procurar soluções unicamente dentro dos limites de sua especialização ou campo de atividade.
Crença de que para todo problema só há uma única solução válida.
Uso inadequado ou inflexível de métodos para solução de problemas.
Inabilidade para formular e expressar com clareza problemas e idéias.

Bloqueios emocionais:
Resultantes do desconforto em explorar e manipular idéias. Eles nos impedem de comunicar nossas idéias a outras pessoas. Alguns exemplos:
Medo de correr riscos; desde criança somos ensinados a ser cautelosos e não falhar nunca.
Receio de parecer tolo ou ridículo.
Dificuldade em isolar o problema.
Desconforto com incertezas e ambigüidades.
Negativismo: procura prematura de razões para o fracasso, por que não vai dar certo.
Inabilidade para distinguir entre realidade e fantasia.

Bloqueios de percepção:
Obstáculos que nos impedem de perceber claramente o problema ou a informação necessária para resolvê-lo. Inabilidade para ver o problema sob diversos pontos de vista. Exemplos:
Estereótipos: ignorar que um objeto pode ter outras aplicações além de sua função usual. Gutenberg adaptou a prensa de uvas para imprimir livros; Santos Dumont usou a corda de piano para substituir as pesadas e grossas cordas usadas nos balões.
Fronteiras imaginárias: projetamos fronteiras no problema ou na solução que não existem na realidade.
Sobrecarga de informação: excesso de informações e de detalhes que restringem a solução que pode ser considerada.

Os bloqueios são paredes invisíveis que nos impedem de sair dos estreitos limites do cubículo que construímos ao longo dos anos. Os tijolos desta parede são feitos de nossos medos, frustrações, ansiedades e imposições da sociedade, família, colegas e superiores. Quando se sentir paralisado e incapaz de pensar diferente, relaxe e procure enxergar estes tijolos. A consciência dos bloqueios mentais já é meio caminho andado no desenvolvimento de suas habilidades criativas.

INOVAÇÃO
Inovação e criatividade são a mesma coisa?A resposta é não.

Criatividade é pensar coisas novas, inovação é fazer coisas novas e valiosas. Inovação é a implementação de um novo ou significativamente melhorado produto (bem ou serviço), processo de trabalho, ou prática de relacionamento entre pessoas, grupos ou organizações. Os conceitos de produto, processo e prática são totalmente genéricos, se aplicando a todos os campos da atividade humana, como indústria, comércio, governo, medicina, engenharia, artes, entretenimento, etc. O termo implementação implica em ação: só há inovação quando a nova idéia é julgada valiosa e colocada em prática. Os irmãos Montgolfier transformaram a observação de uma camisola flutuando num balão – isto é inovação.
Nem sempre a inovação é o resultado da criação de algo totalmente novo mas, com muita freqüência, é o resultado da combinação original de coisas já existentes. A invenção do radar é uma combinação de elementos conhecidos: ondas de rádio, amplificadores e osciloscópios. Algumas importantes inovações consistem de novos usos para objetos e tecnologias existentes. Um bom exemplo é o uso da Internet pelos bancos, permitindo aos clientes o acesso direto aos serviços bancários. Outro exemplo: o uso do telefone celular para monitoramento de portadores de doenças cardíacas.

Como se dá então o processo criativo?
Algumas pessoas vêem a criatividade como uma atividade relativamente não estruturada de pular em torno de ideias até se deparar com a ideia certa. Embora isto funcione para algumas pessoas, muitas situações da vida real requerem uma abordagem mais estruturada. A liberdade para experimentar é essencial para a criatividade, como também alguma disciplina para assegurar objetividade e consistência.Então devemos salientar que as IDEIAS não pertencem a ninguém, são patrimônio da humanidade como a criatividade. Se tiver uma ideia criativa e não colocar em um processo de inovação, não verá fruto do seu processo.Para ser criativo basta ter uma necessidade e atender a essa necessidade é inovar.

Destaque : Trecho do filme Robots - http://www.youtube.com/watch?v=IpCmOe5RpwQ

Para ser inovador é preciso ter conhecimento, disciplina, educação.Conhecimento para transformar a ideia em algo tangível. Acreditar na ideia, defendê-la e assumir a responsabilidade e riscos sobre ela.


Processo Criativo
Seja qual for o nível de estruturação adotado, o processo criativo se fundamenta em três princípios: Atenção, Fuga e Movimento.

O primeiro princípio nos diz: concentre-se na situação ou problema; o segundo: escape do pensamento convencional; o terceiro: dê vazão à sua imaginação.

Estas três ações mentais formam uma estrutura integrada em que se baseiam todos os métodos de pensamento criativo. As diferenças entre os diversos métodos encontrados na literatura especializada estão na ênfase dada a cada um destes princípios e nas ferramentas usadas. As definições destes três princípios são parcialmente inspiradas no trabalho de Paul E. Plsek (Creativity, Innovation and Quality, ASQ Quality Press).

ATENÇÃO
A criatividade requer que primeiro concentremos nosso foco em algo, um problema ou uma oportunidade. Ao nos concentrarmos, preparamos nossa mente para romper com a realidade existente e se abrir para a percepção de possibilidades e conexões que normalmente não enxergamos.
Se estivermos explorando oportunidades, voltamos nossa atenção para o que não funciona ou pode ser aperfeiçoado:
o que é difícil e complicado e pode se tornar fácil e simples;
o que é lento e pode se tornar rápido, ou vice-versa;
o que é pesado e pode se tornar leve e portátil;
o que é instável e pode se tornar estável e confiável;
o que está separado e pode ser combinado e unificado, ou vice-versa;
muitas outras possibilidades em que usualmente não prestamos atenção.

Até 1980, a indústria de computadores dirigia sua atenção para a máquina, como torná-la mais potente. Apple e Windows focaram sua atenção no usuário, em como tornar o computador mais acessível e mais amigável, revolucionando toda a indústria de informática.
Se estivermos analisando um problema, concentramos nossa atenção para compreender melhor a situação, suas diferenças e similaridades com outras situações conhecidas, as peculiaridades do problema analisado e suas possíveis causas. Tentamos entender a situação, procurando respostas para as seguintes questões: O que está acontecendo? Onde? Como? Quando? Por quê? Quem está envolvido?
Tanto no caso de exploração de oportunidades, quanto no caso de solução de problemas, devemos ficar atentos aos paradigmas, aos sentimentos e às suposições que podem estar atuando sobre nossa percepção e entendimento da situação.

A verdadeira viagem do descobrimento não consiste na procura de novas paisagens, mas em ter novos olhos.
(James L. Adams).


FUGA

Tendo concentrado nossa atenção na maneira como as coisas são feitas atualmente, o segundo princípio do processo criativo nos chama a escapar mentalmente dos nossos atuais modelos de pensamento. É a hora de refletir sobre os nossos bloqueios mentais e derrubar as paredes que limitam nossa imaginação ao que sempre fizemos ao que é confortável e seguro.
A verdade é que os hábitos, mais do que nossas habilidades, predominam na escolha de nossos caminhos. Tendemos a trilhar sempre o mesmo vale, que se torna cada vez mais profundo e mais difícil de escapar.

Você não pode resolver um problema com a mesma atitude mental que o criou. (Albert Einstein).

MOVIMENTO
Simplesmente prestar atenção e escapar do modelo de pensamento atual não é sempre suficiente para gerar idéias criativas. Movimento, o terceiro princípio nos leva a continuar a exploração e combinação de novas idéias. É o momento de dar asas à imaginação e gerar novas alternativas, sem perder de vista os propósitos do processo criativo. É o momento de fazer conexões insólitas, de ver analogias e relações entre idéias e objetos que não eram anteriormente relacionados.
O conhecimento destes três princípios abre o caminho para o entendimento dos diversos métodos e técnicas de criatividade encontradas nos livros. As técnicas existentes têm a finalidade de nos auxiliar em pelo menos um dos três princípios. Diferentes métodos resultam da diferentes combinações destas técnicas. Dominando os três princípios, Atenção, Fuga e Movimento, você pode criar o seu próprio método, selecionando, combinando, ou mesmo criando as técnicas e ferramentas que mais se adaptam à sua personalidade e preferências. Você também pode adequar métodos e técnicas ao problema específico que você está enfrentando.
Os quadros abaixo resumem os três princípios e apresenta um “checklist” do que você deve considerar na montagem de suas técnicas de criatividade.


signos significantes e significados.

Signo
(latim signum, -i, sinal, marca)
Sinal ou símbolo de algo.
significante (latim significans, -antis, expressivo, claro, representativo)
Que significa.
significado (latim significatus, -us, indício, sinal, sentido)
Significação; sentido; acepção.

No processo criativo isso se dá de forma mais específica. Signo é o ícone, significado é o que esse ícone representa geralmente (o conceito cabível no signo) e significante é o conceito que esse signo tem para nós.(individualmente).

Barthes (1985), em Elementos de semiologia , define que “o signo é, pois, composto de um significante e um significado. O plano dos significantes constitui o plano de expressão e o dos significados o plano de conteúdo” (Barthes, 1985: 43).
A idéia de conceito simbólico é defendida por Eco ( apud Valente, 1997: 14), da seguinte maneira: “Propomos, destarte, definir como signo tudo aquilo quanto, à base de uma convenção social previamente aceita, possa ser entendido como algo que está no lugar de outra coisa”.

Nada pode impedir uma pessoa com a atitude mental correta de realizar seu objetivo; nada na terra pode ajudar uma pessoa com a atitude mental errada. Thomas Jefferson.

Criatividade não é meramente uma questão de técnicas e habilidades, mas sobretudo de uma atitude mental no trato de problemas e de idéias. Sem uma atitude mental correta, estas técnicas não produzirão resultados. Para serem eficazes, as técnicas de criatividade precisam ser acompanhadas de atitudes que nos levem a ver o mundo sob diferentes perspectivas e a trilhar caminhos nunca antes tentados.
Algumas atitudes mentais essenciais para o pensamento criativo são apresentadas a seguir.

1. Curiosidade
Criatividade requer uma disposição permanente para investigar, procurar entender e obter novas informações sobre as coisas que nos cercam. Para se tornar uma pessoa mais criativa você deve aprender a perguntar “por quê?” e “e se…?” e incorporar estas perguntas ao seu modo de vida. Infelizmente, com a maturidade perdemos aquela atitude inquisitiva da infância, quando não dávamos trégua aos nossos pais, querendo saber o porquê sobre tudo. Faz-se necessário estimular a volta desta curiosidade natural, anulada pela escola, pela família e pelas empresas.

2. Confrontando desafios
As pessoas criativas não fogem dos desafios mas os enfrentam perguntando “como eu posso superar isto?”. Elas têm uma atitude positiva e vêem em cada problema uma oportunidade de exercitar a criatividade e conceber algo novo e valioso.

3. Descontentamento construtivo
As pessoas criativas têm uma percepção aguda do que está errado no ambiente em volta delas. Contudo, elas têm uma atitude positiva a respeito desta percepção e não se deixam abater pelas coisas erradas. Ao contrário, elas transformam este descontentamento em motivação para fazer algo construtivo. Santos Dumont era um entusiasta dos balões mas não estava satisfeito com suas limitações e não descansou até inventar uma aeronave dirigível.

4. Mente aberta
Criatividade requer uma mente receptiva e disposta a examinar novas idéias e fatos. As pessoas criativas têm consciência e procuram se livrardos preconceitos, suposições e outros bloqueios mentais que podem limitar o raciocínio. Quem vê um celular apenas como um telefone, jamais pensaria em agregar ao aparelho outras utilidades como fotografia, GPS, e-mail e MP3.

5. Flexibilidade
As pessoas muito criativas são hábeis em adotar diferentes abordagens na solução de um problema. Elas sabem combinar idéias, estabelecer conexões inusitadas e gerar muitas soluções potenciais. Elas adoram olhar as coisas sob diferentes perspectivas e gerar muitas idéias.

6. Suspensão do julgamento
Imaginar e criticar ao mesmo tempo, é como dirigir com o pé no freio. As pessoas criativas sabem que há um tempo para desenvolver idéias e outro para julgá-las. Elas têm consciência que toda idéia nasce frágil e precisa de tempo para maturar e revelar seu valor e utilidade antes de ser submetida ao julgamento.

7. Síntese
Olhe as árvores, sem perder a visão da floresta. A capacidade de se concentrar nos detalhes sem perder de vista o todo é uma habilidade fundamental das pessoas criativas. A visão do todo lhe dá os caminhos para estabelecer conexões entre informações e idéias aparentemente desconexas.

8. Otimismo
Henry Ford resumiu bem as conseqüências de nossas atitudes: Seja acreditando que você pode, seja que não pode, você estará provavelmente certo. Pessoas que acreditam que um problema pode ser resolvido acabam por encontrar uma solução. Para elas nenhum desafio é tão grande que não possa ser enfrentado e nenhum problema tão difícil que não possa ser solucionado.

9. Perseverança
As pessoas muito criativas não desistem facilmente de seus objetivos e persistem na busca de soluções, mesmo quando o caminho se mostra longo e os obstáculos parecem intransponíveis. Com muita freqüência, a procura de uma solução criativa requer determinação e paciência. Ouçamos o Professor Sir Harold Kroto, prêmio Nobel de Química: Nove entre dez de meus experimentos falham, e isto é considerado um resultado muito bom entre os cientistas.

10. Eterno aprendiz
Freqüentemente, a solução criativa nasce de combinações inusitadas, estabelecendo analogias e conexões entre idéias e objetos que não pareciam ter qualquer relação entre si. A matéria prima para estas analogias e conexões são os fatos observados e os conhecimentos e experiências anteriores que a pessoa traz consigo. É através de seu patrimônio cultural que cada pessoa pode dar seu toque de originalidade. Este patrimônio cultural nasce e se alimenta de uma atitude de insaciável curiosidade e de prazer em aprender coisas novas.
Quais destas atitudes mentais caracterizam sua maneira de lidar com seus desafios? Quais são seus pontos fortes? Quais atitudes você precisa desenvolver para fortalecer sua criatividade? Focalize naquelas que você considera essenciais para o aprimoramento de sua criatividade e prepare um plano de ação. Mas tenha sempre em mente que atitudes não são mudadas de um dia para outro. Isto requer disciplina, paciência e perseverança. Pode ser difícil, mas o prêmio é alto.

BIBLIOGRAFIA
· WIND, YORAM. A força dos modelos mentais – transforme o negócio da sua vida e vida do seu negócio. Porto Alegre: Ed. Bookman, 2005.
· OSTROWER, FAYGA. Criatividade e processos de criação. Petrópolis: Ed. Vozes, 1990.
· Saint-Exupéry, Antoine de. O pequeno príncipe. Rio de janeiro: Ed. Agir, 1989.
· Robôs. Animação computadorizada de última geração. História de Rodney, um aspirante a inventor...
Sites:

Continuação da aula 2 - Eneagrama

ENEAGRAMA

O Eneagrama (do grego Ennea = nove e grammos = figura ou desenho) é um antigo sistema de sabedoria, criado há cerca de 2500 anos (autores situam sua origem entre 3.500 e 2.000 anos atrás), provavelmente no Egito. Seu conhecimento foi mantido sigiloso durante muitos séculos.
Este sistema descreve a queda e a ascensão possível da consciência humana, segundo nove padrões. Mais especificamente, descreve como, segundo nove padrões, a perda de Virtudes humanas gera paixões ou vícios emocionais; como a perda de Idéias Superiores cria fixações mentais; e como a perda do Instinto Puro leva à construção de estratégias instintivas de sobrevivência em três âmbitos: auto-preservação, social e sexual (chamados de subtipos ou variantes instintivas, conforme o autor). De acordo com o eneagrama, todos nós temos um pouco de cada uma delas, de acordo com a situação. Entretanto, cada um de nós escolheu e desenvolveu uma delas como espada. Cada pessoa, assim, pode possuir traços dos nove pontos do Eneagrama, mas possui apenas um Tipo, que não muda. Existe, entretanto, evolução dentro de cada Tipo, em seus diferentes níveis de desenvolvimento e consciência.
Muitas pessoas que conhecem o Eneagrama concluem que ele é um sistema altamente profundo e preciso na descrição de comportamentos humanos. Mais do que uma tipologia, o Eneagrama é um mapa que mostra caminhos possíveis da evolução de nossa consciência, ou seja, da superação da paixão e da fixação de nosso tipo no Eneagrama.
Com o tempo, o Eneagrama vem se tornando mais conhecido por muitas pessoas e aplicado com sucesso por pessoas, grupos e importantes organizações. Quando bem aplicado, este sistema promove aceitação própria e aceitação mútua e orienta pessoas em seus caminhos de desenvolvimento pessoal, profissional e espiritual.
Existem inúmeros testes de Eneagrama formulados por diferentes autores, os quais traçam uma hipótese inicial do tipo. A maior parte das "escolas" de Eneagrama entendem que a identificação do tipo deve ser feita pela própria pessoa, a partir de exercícios de auto-observação.
O eneagrama foi uma idéia originalmente trazida por G.I.Gurdjieff para o Ocidente (principalmente França e Alemanha), após 20 anos de peregrinação pelo Oriente. Mais que trazer uma visão dos tipos humanos representa um esquema para a compreensão de todos os fenômenos envolvendo a humanidade. Em 1970, o Eneagrama foi transmitido por Oscar Ichazo para um grupo de pessoas recrutadas principalmente pelo Psiquiatra Chileno Claudio Naranjo e reunidas na cidade de Arica, no Chile. Claudio Naranjo e outros participantes deste grupo transmitiram este conhecimento para outras pessoas nos Estados Unidos e em centros específicos da América do Sul. Diversos estudos e escolas de Eneagrama surgiram e passaram a explorar este conhecimento antigo e desenvolvendo aplicações bem sucedidas na Psicologia, na Espiritualidade, no mundo dos negócios, nas artes e em diversos outros campos do conhecimento.

Os 9 tipos

Uma importante observação antes que se discorra sobre os 9 tipos: Apesar de ser divulgado atualmente e de forma mais ampla como um sistema psicológico de 9 tipos, o eneagrama é na verdade um símbolo representativo de qualquer processo evolutivo ou criativo que ocorra dentro do 'raio de criação'(Gurdjieef). Segundo os ensinamentos do 'quarto caminho' (Gurdjieef), algumas leis cósmicas universais podem ser aplicadas no sentido de se conhecer qualquer fenômeno, seja físico, biológico, psicológico ou espiritual. O processo de aprendizagem destas leis, leva-nos a conhecer o princípio original que rege o acontecimento de todas as coisas. Destaca-se duas leis fundamentais que são a essência do conhecimento do eneagrama, a lei de três, e a lei de sete ou lei das oitavas. O eneagrama é a representação gráfica do processo de interação destas duas leis. A aplicação do eneagrama aos 9 tipos psicológicos (como aborda vasta literatura atualmente), é fato recente. Portanto devemos tomar um certo cuidado se pretendemos nos apropriar devidamente deste conhecimento, uma vez que o modelo dos nove tipos, ainda que válido e eficiente como ferramenta psicológica, é reducionismo e não encerra de forma alguma o conhecimento sobre o tema. Para uma introdução ao assunto devemos pesquisar os escritos de P.D. Ouspesky e Bennet.



Tipo 1 - O Perfeccionista
Vício Emocional = Raiva

Características Positivas
· Disciplinados
· Objetivos
· Determinados
· Comprometidos
Características Negativas
· Intransigentes
· Rígidos, intolerantes
· Exageradamente exigentes
· Tensos

As pessoas que adotaram o Tipo 1 são centradas na ação, têm um senso prático exigente, que dá prioridade às tarefas a serem realizadas. O vício emocional é a Raiva, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude esforçada e auto-imagem virtuosa – Eu estou fazendo a minha parte.
O nome Perfeccionista vem do alto nível de exigência, que as faz serem conhecidas como "cri-cris". Se isso tem que ser feito, não interessa se você gosta ou não, tem que ser feito...
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas duras e intransigentes, apegadas à dicotomia do certo-errado, justo-injusto, adequado-inadequado, acreditando que o esforço as faz merecedoras. Se todos fossem como eu, não teríamos de passar por isso...
Nas empresas, encontramos o Tipo 1 normalmente ligado a uma área em que seu esforço possa ser mensurado. Contabilidade, financeiro, organização e métodos são algumas das áreas comuns. Seu senso prático é muito útil nas situações em que os temas principais são a organização e a realização. Mas em sua compulsão, serão poucos aqueles que se adaptarão ao seu alto nível de exigência. Os detalhes tornam-se desproporcionais. É obvio que isto não está bom; se você se esforçasse mais, entenderia que bom é inimigo de ótimo.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 1 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Raiva) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Serenidade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio do certo-errado, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 1: Lilian Witte Fibe, Luiz Carlos Prates.


Tipo 2 - O Prestativo
Vício Emocional = Orgulho

Características Positivas
· Empáticos
· Carismáticos
· Voluntariosos
· Envolventes
Características Negativas
· Inconseqüentes
· Ingênuos
· Teimosos
· Intempestivos

As pessoas que adotaram o Tipo 2 são centradas na emoção, têm uma percepção aguda dos outros, tornando-se conquistadoras, que sabem como conseguir o que querem das pessoas. O vício emocional é o Orgulho, que, por ser inconsciente, é justificado com a atitude solícita e a auto-imagem bem-intencionada. Esta emoção sustenta um comportamento baseado na sensação de auto-suficiência e capacidade. Eu posso...
O nome Prestativo se adapta mais ao subtipo preservação; já o Sexual poderia ser chamado de Sedutor, e o Social, de Independente. De qualquer forma, a atitude comum é a de Eu posso, eu sei, eu faço. Hábeis nas relações, costumam ser conhecidos como pessoas queridas.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas centradas nos outros, que se tornam agressivas quando não atendidas. Desenvolvem uma baixa tolerância a qualquer coisa que se traduza em cuidar de si mesmos. Sofrem quando têm de pedir algo ou quando não conseguem estar à altura da imagem idealizada.
Nas empresas, encontramos o Tipo 2 normalmente ligado a uma área em que haja relacionamentos com pessoas. Vendas, RH, secretariado e áreas assistenciais são comuns. Seu alto nível de empolgação e envolvimento com pessoas cria movimento onde havia marasmo, desperta nas pessoas a vontade de se envolver. Mas em sua compulsão, tornam-se manipuladores agressivos, que cobram cada movimento que tenham feito em direção ao outro, podendo mover as pessoas umas contra as outras.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 2 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Orgulho) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Humildade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio da atenção do outro ou do valor que lhes dão, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 2: Ana Maria Braga, Xuxa, Tarcísio Meira.


Tipo 3 - O Bem-Sucedido
Vício Emocional = Vaidade

Características Positivas
· Dedicados
· Eficientes
· Objetivos
· Negociadores
Características Negativas
· Dissimulados
· Calculistas
· Impessoais
· Manipuladores

As pessoas que adotaram o Tipo 3 são centradas na ação ou no planejamento, visando reconhecimento.Têm uma visão mercantilista, que os guia na sua perseguição pelo sucesso. O vício emocional é a Vaidade, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude progressista e auto-imagem eficiente.
O nome Bem-Sucedido vem do seu apego à imagem e ao valor que ela traduz; o sucesso é um meio de conquistar valor próprio.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas frias, que disfarçam sua frieza com uma imagem humanista. São aficionadas pelo resultado, estressando todos ao seu redor em nome de uma excelência. Os fins justificam os meios...se os ventos mudaram, ajuste as velas. Andam com um taxímetro nas costas, comprometendo-se com as pessoas na justa medida em que elas se tornam úteis para alcançar as metas.
Nas empresas, encontramos o Tipo 3 normalmente ligado a áreas em que haja possibilidades de crescimento. Vendas, advocacia, administração, autônomos, consultoria e assessorias
são algumas das áreas comuns. Sua capacidade de sintetizar idéias e comunicar-se gera orientação em função das metas. Mas em sua compulsão, tornam-se impessoais, exigindo das pessoas mais do que elas poderiam dar; e descomprometidos, podendo abandonar o barco diante de uma proposta mais atraente.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 3 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Vaidade) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Sinceridade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio do sucesso, admiração e reconhecimento, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 3: Ana Paula Padrão, Silvio Santos, Fernando Henrique Cardoso.


Tipo 4 - O Romântico
Vício Emocional = Inveja

Características Positivas
· Sensíveis
· Criativos
· Detalhistas
· Exigentes
Características Negativas
· Instáveis
· Críticos mordazes
· Queixosos
· Pouco objetivos

As pessoas que adotaram o Tipo 4 são pessoas centradas na emoção, são sensíveis ao ambiente e emocionalmente instáveis. A sensível percepção emocional faz delas pessoas que vêem o que a maioria não vê. O vício emocional é a Inveja, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude insatisfeita e auto-imagem de singularidade. Das 9 emoções descritas no eneagrama, a inveja é a mais incompreendida, agravando a dificuldade dos Românticos em se identificarem no eneagrama. O que facilmente reconhecem é a insatisfação.
O nome Romântico vem da comparação de sua vida com uma outra idealizada, em que Aí, sim, as coisas poderiam ser melhores. A crítica e a exigência de originalidade faz delas pessoas conhecidas como autênticas.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas centradas no que falta, indo atrás, no caso do subtipo Preservação; sendo mordazes, no Sexual; ou, ainda, queixosos, no Social. Mas a característica comum é a insatisfação. ...Se pelo menos fosse assim...
Como o foco é para o que falta e a comparação é constante, tornam-se pessoas críticas e muitas vezes irônicas. Há uma sensação básica de que foram “sacaneadas” pelo mundo ou por outras pessoas.
Vale ressaltar que os subtipos do 4 são os que mais apresentam diferenças caracteriais, parecendo Tipos diferentes entre si.
Nas empresas, encontramos o Tipo 4 normalmente ligado a uma área em que a criatividade e a originalidade possam ser expressadas. Estilismo, decoração, psicologia e jornalismo são algumas das áreas comuns. Seu senso crítico apurado e o gosto pelo diferente criam um ambiente humano, onde se deseja estar. Quando sentem liberdade para se expressar, inundam o ambiente com cores. Mas em sua compulsão, tornam-se melancólicos, carregando o ambiente com sua sensação de insatisfação. Bom dia! - Diz João - Só se for para você! - Responde Vera.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 4 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Inveja) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Equanimidade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio da obtenção do que falta ou no que está fora, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 4: Paulo Coelho, Caetano Veloso, Miguel Falabella, Arnaldo Jabor.


Tipo 5 - O Observador
Vício Emocional = Avareza

Características Positivas
· Planejadores
· Analíticos
· Ponderados
· Lógicos
Características Negativas
· Apáticos
· Distantes
· Frios
· Calculistas

As pessoas que adotaram o Tipo 5 são centradas na mente, têm uma curiosidade pelo entendimento, tornando-se planejadores extremamente racionais. O vício emocional é a Avareza, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude pouco expressiva e auto-imagem lógica e prudente.
O nome Observador vem da atitude de não-envolvimento, como se preferisse estar em segundo plano, de onde pode ver melhor sem perder seu senso crítico.
Dos Tipos do Eneagrama são os “mais na deles”; preferem estar consigo mesmos, envolvidos em atividades que só dizem respeito a si próprios.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas frias e calculistas, que crêem na mente como meio de conseguir as coisas, substituindo emoções por pensamentos. Deus colocou a cabeça mais alto que o coração para que a razão pudesse dominar o sentimento.
Preferem o racionalismo ao empirismo, não se permitindo sequer desejar algo que não seja "lógico", ou expressar sentimentos, que, por sua vez, são vistos como inadequados.
Nas empresas, encontramos o Tipo 5 normalmente ligado a uma área do planejamento. Engenharias, pesquisa e informática são algumas das áreas comuns. Sua capacidade de análise faz deles verdadeiros jogadores de xadrez, trazendo ao grupo o valor das metas de longo prazo e do planejamento estratégico. Mas em sua compulsão, tornam-se distantes e inacessíveis; com respostas curtas e diretas afastam as pessoas, mostrando pouco ou nenhum apreço pela presença delas.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 5 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Avareza) e o contato consigo mesmos por meio da virtude do Desapego da mente. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio da racionalização. Aceitam e expressam mais seus sentimentos, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 5: Jorge Bornhausen, Delfin Neto, Antônio Ermínio de Moraes, Lázaro Brandão.


Tipo 6 - O Questionador
Vício Emocional = Medo

Características Positivas
· Leais
· Gregários
· Organizados
· Comprometidos
Características Negativas
· Ansiosos
· Preocupados
· Desconfiados
· Legalistas

As pessoas que adotaram o Tipo 6 são centradas na ação ou na emoção, visando ao controle. São atentas e desconfiadas, embora não necessariamente expressem isso. Preferem se preparar a atirar-se de improviso. O vício emocional é o Medo, que, por ser inconsciente, é justificado com a auto-imagem de precavido e realista.
O nome Questionador vem da atitude desconfiada e alerta, do tipo Enquanto você está indo, eu já fui e estou voltando... No subtipo sexual encontramos a forma contrafóbica do medo, que é reconhecida com atitudes opostas ao medo, do tipo O que você está olhando ai? Vai encarar?
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas ansiosas, que sempre têm um pé atrás, que preferem o conhecido e querem se preparar para o desconhecido. Mais vale um pássaro na mão do que dois voando. Ou, ainda, Melhor prevenir do que remediar.
No caso dos contrafóbicos, a expressão é sempre oposta, de não se submeter ao mando de outro ou pelo menos questionar agressivamente as intenções do outro. A melhor defesa é o ataque. Enquanto você está indo, eu já estou voltando. Esta é uma atitude que encobre uma desconfiança sobre as reais intenções dos outros e uma pré-disposição a interpretar os outros como ameaça.
Nas empresas, encontramos o Tipo 6 normalmente ligado às gerências de pessoas e procedimentos. Produção, financeiro e RH são algumas das áreas comuns. Sua capacidade de perceber riscos faz deles hábeis críticos de processos, trazendo um leque de possibilidades de falhas. Além disso, são gerentes gregários, que facilmente conseguem trazer o espírito de equipe, no qual vale o Um por todos e todos por um. A lealdade é uma marca registrada deste padrão de comportamento. Mas na compulsão, tornam-se rígidos cobradores de normas e procedimentos, como maneira de garantir o controle.
Os contrafóbicos são encontrados em lideranças, assumindo riscos como colaboradores ou empresários.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 6 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Medo) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Coragem e da confiança em si mesmos. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio da regra ou do que é mais lógico ou seguro. Aceitam e expressam mais suas emoções, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 6: Lula, Luiz Felipe Scolari.


Tipo 7 - O Sonhador
Vício Emocional = Gula

Características Positivas
· Criativos
· Bem-Humorados
· Improvisadores
· Otimistas
Características Negativas
· Dificuldades com regras
· Anti-rotina
· Argumentadores compulsivos
· Pouco sensíveis aos valores dos outros


As pessoas que adotaram o Tipo 7 são centradas na mente; têm uma agilidade mental para lidar com várias coisas ao mesmo tempo, dando prioridade ao prazer. O vício emocional é a Gula, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude entusiasta e auto-imagem de hábil improvisador. Faço do limão uma limonada.
O nome Sonhador vem da grande quantidade de idéias e planos, beirando o impossível.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas superficiais, que se sobrecarregam com atividades como meio de fugir das dificuldades emocionais. O otimismo exagerado também revela pessoas que evitam o desprazer, olhando para o mundo com óculos cor-de-rosa.
Nas empresas, encontramos o Tipo 7 normalmente ligado a uma área em que não haja rotina e a criatividade seja necessária. Marketing, vendas, planejamento e negociação são algumas das áreas comuns. Seu otimismo e criatividade são muito úteis nas situações em que o tema principal é a busca de novas soluções. Mas em sua compulsão, são indisciplinados e irresponsáveis, fugindo da rotina por meio de argumentos manipuladores. Chocam-se com aqueles que são mais rígidos e querem seguir os passos previstos.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 7 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Gula) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Sobriedade. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio do prazer imediato, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 7: Jô Soares, Tom Cavalcante, Didi, Regina Casé.


Tipo 8 - O Confrontador
Vício Emocional = Luxúria

Características Positivas
· Assertivos
· Objetivos
· Realizadores
· Eficazes
Características Negativas
· Insensíveis
· Autoritários
· Intimidadores
· Agressivos

As pessoas que adotaram o Tipo 8 são centradas na ação, têm uma facilidade em mandar e liderar, dando prioridade à realização. O vício emocional é a Luxúria, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude dominadora e auto-imagem realizadora. Tudo ao seu redor tem de ser intenso e desafiador, numa atitude de Dar um boi para não entrar e uma boiada para não sair.
O nome Confrontador vem da facilidade com que se posicionam a respeito do que querem, expressando-se de forma direta e objetiva, intimidando com sua aparente segurança.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas insensíveis, apegadas à força e ao poder. Dominadores agressivos, tornam-se conhecidos como verdadeiros rolos-compressores. Facilmente tendem ao exagero, desconsiderando o que os outros pensam e sentem.
Nas empresas, encontramos o Tipo 8 normalmente ligado a liderança. Este é o perfil típico do empresário megalômano, que cresce rapidamente. Seu feeling para os negócios e sua autoconfiança fazem deles pessoas que inspiram crescimento e superação. Por meio de atitudes diretas e eficazes, transformam as organizações rapidamente. Mas em sua compulsão, assumem a centralização do poder. Manda quem pode, obedece quem tem juízo. Ou, ainda, Será do meu jeito ou de jeito nenhum.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 8 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Luxúria) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Inocência. Esta ferramenta os auxilia a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais por meio do poder e da dominância, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 8: Antônio Carlos Magalhães, Eurico Miranda, Fidel Castro.


Tipo 9 - O Preservacionista
Vício Emocional = Indolência

Características Positivas
· Calmos
· Mediadores
· Flexíveis
· Carismáticos
Características Negativas
· Indecisos
· Apáticos
· Procrastinadores
· Dependentes

As pessoas que adotaram o Tipo 9 são centradas na emoção ou na mente, têm uma atitude mediadora, dando prioridade ao bem comum. O vício emocional é a Indolência, que, por ser inconsciente, é justificada com a atitude tranqüila e auto-imagem conciliadora, Se cada um ceder um pouco, todos ficarão bem.
O nome Preservacionista vem da busca de preservar o status quo, evitando conflito em prol da paz e da tranqüilidade.
A principal conseqüência negativa desta forma de se organizar reside na dificuldade em reconhecer suas reais necessidades. Tal afastamento de si revela pessoas apáticas, que desenvolveram um estado de anestesia para não sofrerem atritos com a realidade. Uma atitude de hiper-flexibilidade os deixa amorfos, adequando-os facilmente ao ambiente.
São pessoas que expressam serenidade e calma, mesmo não sendo estes seus sentimentos reais. A apatia emocional os deixa indecisos, a ponto de serem conhecidos como “tanto faz”.
Nas empresas, encontramos o Tipo 9 nas mais variadas áreas. Sua facilidade em se adaptar permite manterem-se em atividade por longos prazos, resistindo inicialmente a mudanças, mas adaptando-se no decorrer do tempo. Administrativo, secretariado, atendimento ao público e auxiliares são algumas das áreas comuns. Sua habilidade mediadora é muito útil nas situações em que é necessário desenvolver tarefas de longo prazo. Mas em sua compulsão, acabam cedendo para evitar o conflito. Tornam-se indecisos e procrastinadores, preferindo a realização de tarefas ao envolvimento ativo na busca de soluções – Vou me fingir de morto para sobreviver.
Para maior equilíbrio:
Quando os Tipo 9 reconhecem seu padrão de comportamento como sendo uma maneira de se organizar e não o que realmente são, estão abertos a desenvolver a neutralização do vício emocional (Indolência) e o contato consigo mesmos por meio da virtude da Ação Correta. Esta ferramenta os auxiliam a reconhecer o que querem a partir de si mesmos, não mais na atitude adaptativa ao meio em que estão inseridos, permitindo uma integração maior de seus sentimentos, pensamentos e ações.
Exemplos de Tipo 9: Dorival Caymmi, Tom Jobim, Martinho da Vila.


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Aula 2 - O Universo Fora da caixa: Máscaras

O Universo dentro e fora da caixa
Objetivos:
· Materialidade e imaginação criativa
· Pensar específico sobre um fazer concreto
· Fechamento (descartes e gerenciamento de escolhas)
· Aplicação e implementação
· Autoconhecimento

1- Máscara
Uma máscara é um acessório utilizado para cobrir o rosto, utilizado para diversos propósitos: lúdicos (como nos bailes de máscaras e no carnaval), religiosos, artísticos ou de natureza prática (máscaras de protecção). A palavra tem, provavelmente, origem no latim mascus ou masca = "fantasma", ou no árabe maskharah = "palhaço", "homem disfarçado". As máscaras podem ser compradas, mas quem quer uma e tem poucas condições financeiras mais vale fazer uma. Muitas vezes tribos africanas usam máscaras em cerimônias de passagem entre a vida e a morte.

Principais funções de uma máscara:

disfarce;
símbolo de identificação;
esconder revelando;
transfiguração;
representação de espíritos da natureza, deuses, antepassados, seres sobrenaturais ou rosto de animais;
participação em rituais (muitas vezes presente, porém sem utilização prática);
interação com dança ou movimento;
fundamental nas religiões animalistas;
mero adereço.


Símbolos:
Ás vezes a máscara deixa de ser um mero adereço e passa a se tornar um símbolo de caráter enganoso. Vemos isso nas histórias em quadrinhos a máscara não esconde somente a identidade, mas transforma a vida de quem a possui. Os super-hérois colocam as máscaras e se transformam naquilo que não são na frente dos outros...

O ENIGMA DAS MÁSCARAS

“De utensílios ritualísticos à psicologia moderna, a história das máscaras está ligada à própria história do homem”

por Natália Klein (blanca_nk@yahoo.com.br )

Carnaval hoje é sinônimo de pouca roupa, gente bonita e muito barulho. No Nordeste, especialmente na Bahia, a festa fica por conta dos blocos e o traje oficial é o abadá. Já no Sudeste, influenciado pelo carnaval carioca, ocorre o tradicional desfile de escolas de samba que, apesar de ainda preservar alguns elementos dos antigos carnavais, deixou de ser uma festa popular há muito tempo para se tornar evento comercial no calendário turístico do país.
Até a década de 1950, contudo, eram nos bailes à fantasia onde se encontravam os foliões. O costume de se mascarar no carnaval se acentuou no Brasil em meados do século XIX, mas a tradição não é tupiniquim. Os bailes de máscara surgiram na Renascença Italiana, no século XIV, influenciados pela popular Commedia Dell'Arte . Foram os personagens deste gênero teatral, como o Arlequim e a Colombina, que serviram de inspiração para as máscaras carnavalescas que conhecemos.
O uso da máscara como elemento cênico surgiu no teatro grego, por volta do século V a.C. O símbolo do teatro é uma alusão aos dois principais gêneros da época: a tragédia e a comédia. A primeira tratava de temas referentes à natureza humana, bem como o controle dos deuses sobre o destino dos homens, enquanto a última funcionava como um instrumento de crítica à política e sociedade atenienses. Durante um espetáculo, os atores trocavam de máscara inúmeras vezes, cada uma delas representava uma emoção ou um estado do personagem.
No Japão do século XIV, nasceu o teatro Nô, que também utilizou a máscara como parte da indumentária. Um dos objetivos era não revelar para a platéia as características individuais dos atores. Como as mulheres eram proibidas de atuar, as máscaras femininas eram usadas pelos homens, assim como as infantis. Atualmente, em pleno século XXI, as máscaras ainda são objeto de estudo e trabalho de diversas companhias teatrais em todo o mundo. Aqui no Brasil, o Grupo Teatral Moitará trabalha há 17 anos com a linguagem da máscara teatral e é coordenado pelos artistas e pesquisadores Venício Fonseca e Érika Rettl. “ O nosso propósito é pesquisar a Máscara enquanto linguagem, sendo ela um instrumento fundamental para o treinamento do ator e desenvolvimento de um teatro essencial. Neste estudo que realizamos, o que mais nos interessa é revelar o que temos de verdadeiro e humano, demolindo os preconceitos para assim compartilhar com o público uma relação plena em sua potencialidade de vida” , diz Venício.
O grupo trabalha com o conceito de máscara teatral e explica que, para ela ganhar vida, é necessário que o ator se desfaça de sua máscara cotidiana . “Diferente da máscara cotidiana que busca ocultar e proteger, a máscara teatral revela a essência da persona representada, imprimindo uma identidade especial e genuína. Ao representar com uma máscara, o ator forçosamente entende como elevar o personagem para uma dimensão teatral, para além do cotidiano, então ele compreende o que é um verdadeiro personagem de teatro, inventado da vida e não um personagem da vida. Assim, quando a Máscara Teatral está viva em cena ela é, em si, o próprio Teatro, pois os princípios básicos que regem sua vida são os alicerces fundamentais da arte teatral. Ela é um arquétipo que propõe ao ator a criação de um estado, com qualidade de energia específica, representando uma natureza que está além do convencional”, diz o artista.
Sob o ponto de vista ritualístico, o uso desse objeto é ainda mais antigo. As primeiras máscaras surgiram na pré-história e representavam figuras da natureza. Nas cerimônias religiosas, as tribos indígenas desenhavam uma máscara no próprio rosto, utilizando pigmentos. Os egípcios tinham o costume de confeccionar máscaras funerárias, para que o morto fosse reconhecido no além. Uma das mais famosas é a do faraó Tutankhamon, que data do século XII a.C e se encontra atualmente exposta no Museu do Cairo. “A máscara acompanha a história da humanidade desde os primórdios. Quando o homem primitivo ia caçar se mascarava para poder se aproximar de sua caça ou para ganhar poder sob sua presa. Ela era utilizada, também, para se aproximar dos deuses e das forças da natureza. A máscara sempre esteve ligada a uma necessidade vital e comunitária”, explica Venício que, além de ator e diretor, também trabalha na confecção de máscaras teatrais.

FETICHE

Em um conto intitulado “O Estratagema do Amor”, Donatien Alphonse François, o Marquês de Sade, narra a trajetória da jovem libertina Augustine de VilleBranche e de um rapaz enamorado que resolve conquistá-la. O encontro dos dois ocorre em um baile de máscaras carnavalesco, onde a “Menina de VilleBranche” se veste de homem e o jovem Franville disfarça-se de mulher.
Do século XVIII até hoje, o conceito de “proibido” vem se tornando cada vez mais distante. Vivemos numa época em que as lojas de produtos eróticos não necessariamente se encontram em pontos isolados. As sex shops podem ser vistas em locais públicos e os clientes, cada vez mais jovens, não se sentem mais tão constrangidos como antigamente. As máscaras, se vistas dessa forma, são sem dúvida um fetiche. Nada mais sadista do que a Tiazinha (vocês lembram dela, não?).
Fetiche que vai além de quatro paredes, a máscara faz parte da nossa cultura. Os super-heróis, ícones do inconsciente coletivo da sociedade, sempre andam disfarçados. O propósito deles talvez seja mais nobre que o da Menina de VilleBrache. Enquanto a jovem Augustine “ apenas ia procurar aventuras”, os super-heróis têm a missão de salvar os inocentes. Não poderiam, portanto, arriscar sua identidade e comprometer uma causa maior.
Outro personagem clássico no universo das máscaras é o Fantasma da Ópera, do musical homônimo de Andrew Lloyd Webber. O protagonista é um compositor de rosto desfigurado que vive enclausurado no subsolo de um teatro de Paris e se apaixona pela jovem de voz promissora Christine Daae. Será que a história teria a mesma graça sem a máscara que, diga-se de passagem, é a logomarca do musical? Pulando para as comédias, não poderia deixar de citar O Máskara . Dos quadrinhos para as telonas, o personagem Stanley Ipkiss colocou o comediante Jim Carrey no estrelato e ainda lhe rendeu uma indicação ao Globo de Ouro de melhor ator de comédia. O filme mostra o que acontece com bancário Ipkiss ao colocar a máscara do deus escandinavo Loki. De tímido e desajeitado, ele passa a fazer tudo o que antes não tinha coragem, além de ganhar poderes sobre-humanos.

A MÁSCARA COTIDIANA
Na vida real, fora do universo dos rituais, bem longe dos bailes de carnaval, dos palcos e do cinema, também nos mascaramos. A palavra personalidade vem do grego persona , que significa máscara. Na psicologia existem diversos estudos sobre a personalidade humana e uma das principais é a do suíço Carl Gustav Jung, que sugere a existência de oito tipos de personalidade.
Outro estudo que vem chamando a atenção é o Eneagrama . O conhecimento tem aproximadamente 4.500 anos e sua origem é desconhecida. A teoria divide em nove as máscaras, ou personalidades, humanas. De acordo ela, a personalidade funciona como uma máscara invisível, uma casca que criamos para nos adaptarmos ao meio social. “ Para despir a máscara, é preciso contrariar os hábitos, vícios e paixões que cada tipo de personalidade adquire desde a primeira infância. Algo que não é nada fácil. Mas uma das funções desse estudo é exatamente a de nos dizer qual é o número da caixa onde nos empacotamos para que possamos sair da prisão da mecanicidade e despertar o nosso verdadeiro ser, que é consciente e não mecânico” , explica o estudioso em Eneagrama Mário Margutti.
Além de ser um instrumento de auto-conhecimento, o estudo das máscaras cotidianas também serve como fonte para a criação teatral. “ Quando se conhece bem os nove tipos básicos de personalidade do ser humano, temos um manancial de informações que pode ser transposto com facilidade para o trabalho de construção ou interpretação de personagens, além de ser um apoio para o improviso” , afirma Margutti.
Para a antropóloga e pesquisadora Zuleica Dantas, o ato se mascarar é uma forma de se ir de encontro à moralidade estabelecida pela sociedade sem comprometimento do reconhecimento . “Trata-se de uma necessidade de proteção, privacidade ou talvez da tentativa de ver, reconhecer, ouvir sem ser reconhecido”, diz. “O mundo é capitalista, competitivo. Devemos nos mostrar fortes, inteligentes, bonitos, bem sucedidos. Se expressarmos nossos sentimentos abertamente nos fragilizamos” , completa. Desde que o primeiro homem das cavernas resolveu cobrir o rosto, as coisas jamais foram as mesmas. O fato é que, ao contrário dos outros animais, nem sempre podemos manifestar nossos sentimentos, o que acaba por tornar a máscara útil para a convivência. Mas nem os super-heróis resistem ao anonimato. Assim como nos bailes de carnaval, sempre há o momento em que as máscaras caem. Cedo ou tarde, nossas verdades serão reveladas e nossos verdadeiros rostos serão mostrados. Resta saber de quem será a iniciativa.

terça-feira, 6 de abril de 2010